domingo, 28 de agosto de 2011

REFLEXÕES - LUTO NO CORAÇÃO

Como o tempo passa! Como tudo muda! Lembro da época que alguém perdia uma pessoa querida através da morte física e colocava roupas pretas para mostrar ao mundo que estava sofrendo.As viúvas usavam, além do vestido, um véu negro durante um ano ou mais.Meu marido,há mais de 20 anos, perdeu a mãe, estava de camiseta vermelha e não teve pressa em tirá-la. Comentaram que ele não se importara com a morte da mãe.Fiquei sabendo, pois não o conhecia na época, que ao morrer sua primeira esposa, ele fez a barba e, novamente comentaram sobre esse fato.Mais tarde, seu filho mais velho faleceu inesperadamente em Porto Alegre e, ao receber a notícia, estranhei muito porque ele ficou indiferente, sorrindo, como se nada tivesse acontecido.Como conhecia-o bem, sabia que era sensível, bondoso de grandes sentimentos pelos filhos, tentei compreender.Passados cinco dias após esse lamentável fato, ele estava num determinado local, sentado, quando de repente, caiu desacordado.Um nmédico que estava presente,atendeu-o e disse que ele ia entrar na realidade a partir daquele momento. Foi exatamente assim :Começou a sofrer, a chorar diariamente, isolando-se numa peça sem querer falar com ninguém.Como seu cardiologista o aconselhara a não ir até Porto Alegre para os funerais do filho, ele não foi e, depois ele sentia-se culpado.Foi muito triste de acompanhar seu desespero.Foi aí que compreendi porque ele não tivera pressa em tirar a camisa vermelha ao morrer a mãe;seu sentimento estava no coração e não na roupa.Ele fez a barba quando morreu a esposa porque, para ele,fazer a barba era como escovar os dentes, tomar banho.Não aceitava ficar com a barba crescida, nem quando estava doente no hospital.Não foi falta de amor pois a higiene não é sinônimo de falta de sentimento.Hoje,consigo ver tudo dentro do verdadeiro sentido:O luto está no coração.Quantos sorriem, cantam ajudam o próximo com lágrimas na alma!Quantos vestem-se de preto, carregam uma fisionomia triste, sizuda,isolam-se e não perderam ninguém!Quantos jovens vivem assim!Quantos choram por si mesmos, com auto piedade, sem verem os outros!As aprências não falam pelo coração.E, os corajosos, os equilibrados diante dos desafios da vida,não sentem necessidade de mostrar ao mundo, à sociedade oque lhes vai no interior.Aprendi, com a vida, com a matridade, que nunca devemos julgar alguém; que o que vemos, muitas vezes não corresponde a verdade.Portanto é necessário vermos com os olhos da fraternidade, da compreensão, sem interesse em julgarmos e sim ajudarmos dando a mão aos que, desesperados, nem conseguem pedir socorro.Esses são nossos irmãos!

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